O movimento Sou de Algodão foi a estrela do bate-papo promovido no dia 28 de setembro pelo curso de Design de Moda da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Campus Trindade. Os cerca de 70 alunos que participaram do encontro tiveram a oportunidade de conhecer os objetivos do movimento, seus parceiros e a representatividade da cadeia produtiva do algodão na moda brasileira.
Sou de Algodão é um movimento que nasceu em 2016, dentro da principal semana de moda do País, a SPFW. É uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e tem o apoio da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e demais associações estaduais.
O encontro contou com a mediação da gestora de relações institucionais do movimento Sou de Algodão, Manami Kawaguchi, a participação do presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco, e do estilista goiano Theo Alexandre, proprietário da marca Thear, que este ano desfilou sua coleção na São Paulo Fashion Week.
Representando os agricultores, Moresco lembrou que o Brasil deixou de ser o segundo maior importador de algodão para ser o segundo maior exportador mundial da pluma. “A cadeia produtiva do algodão é a mais organizada do agronegócio brasileiro. Nos anos 1970, tínhamos uma grande produção que foi praticamente dizimada pelo inseto bicudo do algodoeiro, e nossa produção só voltou a crescer nos anos 1990”, recorda.
Moresco também destacou os avanços em sustentabilidade no campo. “Ser sustentável é fazer uso racional dos recursos naturais. Hoje, utilizamos cada vez mais fungos e bactérias no lugar de defensivos químicos, mais de 90% da nossa produção não exige irrigação e, em Goiás, temos 100% dos produtores vinculados ao Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) que atesta boas práticas em sustentabilidade”, enumera.
Por sua vez, Theo Alexandre declara que o algodão foi um divisor de águas na sua carreira. “Sou uma história viva da revolução da moda. Todo o processo é muito bem pensado, do plantio à colheita, e o quanto a tecnologia é ligada à sustentabilidade”, comenta.
Theo também disserta sobre o que considera uma “virada de chave no mundo da moda”. “O consumidor quer saber o que há por trás de uma marca, seus processos de produção, transparência e responsabilidade”, explica.
A essência do Sou de Algodão é a união de toda a cadeia, que vai do produtor de algodão ao varejo, passando pelos elos da indústria têxtil, profissionais de moda, marcas dos mais diversos segmentos e, a partir deste ano, universidades. Neste conjunto as universidades de moda são fundamentais, pois formam o futuro da capacidade criativa do País, desenhando coleções para as mais diferentes marcas e trazendo novos olhares e inovação para a moda.
A UEG se une para fomentar a pesquisa e a criatividade na moda, com conhecimento e experiências, tendo o algodão como tema central. O bate-papo inaugurou esta parceria, que já conta com mais de mil marcas e quatro universidades de todo o Brasil.