Encerrada a segunda etapa do Curso Oficial de Capacitação de Classificadores de Produtos de Origem Vegetal com habilitação em algodão em pluma, promovido pela Agopa e iniciada em julho. Os 63 participantes são oriundos de várias regiões do Brasil, a maioria já envolvida na cultura do algodão.
Assim como a primeira, esta fase ocorreu de forma remota por conta da pandemia de Covid-19, e aprofundou os estudos na Instrução Normativa nº 24, de 14 de julho de 2016 (Mapa), que estabelece o Regulamento Técnico do Algodão em Pluma, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto, na forma desta Instrução Normativa e seus Anexos de I a XII.
A primeira fase abordou Conhecimentos Gerais (Legislação), em junho. Esta fase teve foco nas leis, decretos, portarias e instruções normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) relativas à Classificação de produtos de origem vegetal.
A transferência de conhecimento ficou a cargo de José Antonio Sestren. Ele destaca que, por ser o primeiro curso nestes moldes, foi possível mostrar que parte do curso pode ser online e aplicado pelo Mapa para outros tipos de cursos no agronegócio. O segundo destaque foi o envolvimento de todos, (Mapa, Agopa e alunos) para que esta nova forma de curso fosse aprovada.
Sestren ressalta ainda que a forma como o curso foi desenvolvido agrega no trabalho dos participantes. Ao trabalhar desde a produção do algodão, o beneficiamento, a análise em laboratório, as noções do processo têxtil e a participação dos alunos de todas estas áreas, isso proporcionou a todos uma visão holística bem interessante de todo o processo. “Agregou aos participantes uma base de conhecimento muito importante”, frisa.
José Antonio explica que, tendo em vista que temas como certificação, sustentabilidade, novas tecnologias e a tendência de produtos têxteis com maior valor agregado, existe a necessidade de maior qualificação de mão de obra. Com isso, a demanda por profissionais nesta área tende a aumentar.
“O que mudou é o fato do classificador cada vez mais se envolver com o processo como um todo, e, em função disso, o classificador terá que ampliar seu conhecimento da análise visual e principalmente na análise tecnológica”, diz.
Etapa presencial
O formato presencial ficou somente para a parte prática da fase de conhecimentos específicos, prevista para fevereiro de 2022. A Casa do Algodão, em Goiânia, receberá os participantes do curso em pequenos grupos, garantindo o distanciamento e segurança de todos. Nesta etapa, os participantes terão contato com a pluma do algodão para analisar defeitos, manchas, contaminações e determinar o tipo conforme a tipologia oficial. Além disso, estarão próximos aos equipamentos de análise de pluma em HVI, aprenderão a calibrar e limpar as máquinas e analisar a pluma. A etapa compreende ainda o contato com o algodão nas análises visual e tecnológica.
Para o gerente do Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica da Fibra de Algodão da Agopa e coordenador do curso, Rhudson Assolari, a realização do curso é uma vitória para toda a cadeia produtiva de algodão. “A pandemia nos fez adiar o curso por um ano. A demanda dos produtores e do mercado por estes profissionais é grande, visto que a classificação da pluma é fundamental para o estabelecimento de preços e conquista de mercados”, declara.
Dario Pereira Leite é um dos participantes e afirma que o curso agregou conhecimento nas áreas de avaliação em HVI e beneficiamento. Para ele, após 15 anos trabalhando na área, o curso gera reconhecimento em seu trabalho, com reflexos financeiros e novas oportunidades de trabalho. “Agora é colocar em prática o conhecimento.
Já para Fabiano Fernandes Neto, todo o conteúdo foi importante para o aprendizado, porém o aluno destaca o fato de a Agopa abrir o curso para pessoas que não tem curso técnico. “Isso foi muito importante, uma vez que muitos, já atuavam na área há anos e não tinham nada q os certificasse”, frisa.