Uma equipe da Uster Technologies esteve no Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica da Fibra de Algodão da Agopa neste domingo, dia 10 de novembro. A visita é parte de um processo de modernização dos laboratórios de todo o Brasil, cujo principal propósito é implantar a o dispositivo de dupla leitura de cor que as máquinas Uster podem realizar. Atualmente, as máquinas utilizadas na Agopa e no restante dos laboratórios fazem uma leitura de cor das amostras de algodão.
O gerente de produtos da empresa, David McAllister, explica que a primeira vez que esteve na Agopa foi em 2011, e o laboratório já estava em rápido processo de desenvolvimento. “Os procedimentos e o profissionalismo já iam bem”, recorda. Oito anos depois, diz que o laboratório não ficou parado e mais progressos foram feitos. “Na minha opinião, o Laboratório da Agopa está muito profissional e no mesmo nível dos concorrentes norte-americanos e chineses, o que é muito bom de se ver”, compara.
David McAllister explica ainda que a visita também serviu para entender o que a empresa precisa para ampliar a assistência aos laboratórios, visto que o Brasil possui, hoje, o terceiro maior conjunto de laboratórios de análise em HVI no mundo, “e isso nos faz pensar no quê precisamos melhorar na nossa prestação de serviços”.
“Essas demandas e detalhes não podem ser definidas por telefone ou email. É preciso visitar os laboratórios, conversar com os responsáveis, entender o que é necessário e propor as melhores soluções. A visita de hoje possibilitou ver como a classificação tem sido feita, quais as demandas e qual a visão que o Brasil tem para seu futuro no mercado de exportação”, resume o executivo. A Uster Technologies fica no estado do Tennessee, nos Estado Unidos.
Para o gerente do Laboratório da Agopa, Rhudson Assolari, a dupla análise de cores no algodão vai melhorar os resultados desse tipo de parâmetro. O gerente destaca que esta é uma iniciativa do conjunto de laboratórios do Brasil, na busca de oferecer melhores resultados e ganho nas exportações do algodão brasileiro. “Atualmente, o Brasil não perde em nada para outros países na questão da estrutura de seus laboratórios. Queremos aumentar a segurança de nossas análises de cor”, comenta.
Uma reunião no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília, vai receber a proposta da Uster para instalação de dispositivo nas máquinas de análise de fibra que possibilitará o upgrade nas avaliações. A decisão afetará todos os laboratórios do gênero no Brasil.
Para o diretor executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho, o ganho na qualidade das análises deve repercutir na imagem e no valor do algodão brasileiro no mercado mundial. “Além da qualidade que oferecemos, a segurança de que o produto atende aos requisitos exigidos pelo comprador tranquiliza o mercado e coloca o Brasil um passo à frente”, analisa.
Presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco acredita que o avanço tecnológico é o que possibilitou levar a cotonicultura brasileira ao patamar de competidor mundial, e que o upgrade nos equipamentos é parte desse processo natural. “Os avanços em pesquisa, produtos e análises são contínuos. Estamos atentos às inovações e precisamos avançar, sob o risco de pararmos no tempo”, avalia. Este ano, o Laboratório da Agopa baterá o recorde de análises de fibra em uma safra, com previsão de ultrapassar 960 mil análises até dezembro.