A Casa do Algodão recebeu na tarde da sexta-feira, dia 30, uma comitiva internacional formada por 38 integrantes, na sua maioria da Colômbia, mas também com representantes de Moçambique e Mali, além do Brasil. O grupo esteve em Goiânia por ocasião do 12º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) e esteve na Agopa para uma palestra acerca do trabalho de análise laboratorial do algodão realizado pela associação. A palestra ficou a cargo do gerente do Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica da Fibra de Algodão da Agopa, Rhudson Assolari, que falou sobre os parâmetros das principais características intrínsecas da fibra de algodão e guiou os visitantes pelo laboratório.
A coordenadora regional do Projeto Mais Algodão, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Adriana Calderan, orientou o grupo e acredita que as informações recebidas vão ajudar outros países. “A visita foi muito informativa, mostrou a complexidade e profissionalismo com que a Agopa trabalha em Goiás de forma esclarecedora” afirma, ao declarar que tem interesse de se aprofundar e levar o modelo de análise apresentado para outros países.
Diretor geral do Instituto de Moçambique para o Algodão, Luís Tomo diz ficou “maravilhado” com a palestra sobre classificação visual e instrumental. Moçambique tem três laboratórios de HVI e, diz, pode aprender bastante com esta palestra. “Somos um país jovem em termos de produção, com cerca de 70 mil toneladas de pluma nesta safra, sem plantação irrigada. Queremos ampliar”, complementa. Para Luís, a visita permitiu ampliar a visão, fazer contatos e abrir portas. “Para nós foi uma grande oportunidade de estar aqui. Vamos recorrer à Agopa no que precisarmos de apoio. Nosso produtor só tem ganhos a partir da fibra, mas sabemos que há outros produtos que podem ser aproveitados a partir do algodão”, pontua.
Programa mundial de alimentos
Integrante da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Luiz Fernando Bacelar acompanhou o grupo durante a visita. Ele explica que a ideia foi trazer esses representantes para o CBA e conhecer o sistema produtivo goiano como parte de um projeto em negociação com Moçambique, Quênia, Tanzânia e Benim para a ampliação da cotonicultura nesses países. O projeto é parte do Programa Mundial de Alimentos (PMA), eu no Brasil é representado pelo Centro de Excelência Contra a Fome, que ajuda a difundir as boas práticas brasileiras no combate à fome e agora amplia a atuação para o fomento de outras atividades vinculadas direta ou indiretamente, como a contenda ao trabalho análogo à escravidão.
Para o diretor executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho, o conhecimento concentrado na Casa do Algodão pode contribuir com parceiros de outros estados e países. “Sabemos dos resultados que as análises de fibra têm para o ganho de rentabilidade ao produtor e para a profissionalização de toda a cadeia. Para a Agopa é importante cooperar para o crescimento do setor no planeta como um todo”, resume.