Os principais líderes das entidades promotoras do algodão brasileiro se reuniram com os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Agricultura, Tereza Cristina. A reunião ocorreu na sexta-feira, dia 31, em Brasília. Em pauta, a instalação de um escritório na Ásia para fomentar a divulgação e a comercialização do algodão brasileiro para países como China, Indonésia, Bangladesh e Vietnã, entre outros.
A produção de algodão brasileiro deve atingir 2,8 milhões de toneladas na safra 2018-2019. Desta forma, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), juntamente com as associações estaduais, entre elas, a goiana (Agopa), desenvolvem estratégias para aumento da participação do produto nacional nos mercados mundiais.
Para o presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco, o projeto Brasil-Ásia, de abrir um escritório de representação do algodão brasileiro naquele continente, ainda não definiu em qual cidade ou país será instalado, mas o projeto já começa este ano. “Haverá um representante nosso lá, uma vez que os asiáticos prezam pela presença de algum profissional que faça a ponte entre o vendedor e comprador”, explica.
Moresco afirma ainda que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) tem muitos escritórios internacionais que podem auxiliar a exportação de algodão. A ideia, diz, é subsidiar a APEX com informações que possam subsidiar seus adidos na promoção da qualidade do produto brasileiro, sua responsabilidade e sustentabilidade, com a chancela do governo, o que oferece a garantia que os asiáticos precisam. “O ministro não conhecia a cadeia do algodão, ficou entusiasmado e abriu as portas para nossas propostas”, comemora.
Há reuniões marcadas entre os representantes do setor do algodão com os assessores do Ministério das Relações Exteriores para desenvolver a proposta e traçar um caminho de ação. “A ministra da Agricultura acompanhou a reunião para dar um suporte para o projeto. Tereza Cristina conhece o setor do algodão e tem muito a contribuir”, comenta Moresco.
Subsídio dos EUA
O contencioso do algodão foi outro assunto abordado no encontro. O governo dos EUA quebrou acordo o qual se comprometeu em não subsidiar os cotonicultores e e anunciou um pacote de US$ 16.5 bilhões para o ano safra, sendo parte para custear as perdas com a briga comercial com a China. O ministro disse que a orientação é aguardar a confirmação desse subsídio, estudar os valores que seguirão para o algodão e propor uma solução. “Temos pautas comum com os norte-americanos, que é promover o algodão no mundo, ao mesmo tempo que somos concorrentes”, pontua o presidente da Agopa.
Conforme Carlos Alberto Moresco, ambos ministros gostaram das abordagens dos cotonicultores e se colocam à disposição para ouvir as demandas e construir soluções. Novos encontros devem ocorrer para tratar desses dois assuntos.
A comitiva ao Itamaraty contou ainda com a participação dos presidentes da Abrapa, Milton Garbugio; e da Abapa, Júlio Cézar Busato. Também integraram a comitiva os diretores-executivos da Abrapa, Márcio Portocarrero, e da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Décio Tocantins.