O Dia do Algodão 2019 toma forma e será realizado no dia 14 de junho, na sede do Instituto Goiano de Agricultura (IGA). Por mais um ano, este é o maior evento técnico-científico da cadeia produtiva do algodão goiano, reunindo pesquisadores, produtores e demais agentes da cotonicultura.
As estações técnicas são uma tradição do evento e trazem as mais recentes e importantes pesquisas e novidades para a lavoura. Este ano, a supervisora do Núcleo da Embrapa Algodão em Goiás, Ana Luiza Borin, e a pesquisadora Ieda de Carvalho Mendes são responsáveis pela estação que tratará da saúde do solo e sustentabilidade agrícola. Para a pesquisadora, o conceito de saúde ou de qualidade do solo está relacionado à sua capacidade de funcionar para fornecer importantes serviços ambientais. Entre estes serviços, está manter a capacidade de produção biológica (produção de grãos, carne, madeira, agroenergia, fibras, etc), promover a saúde das pessoas, plantas e animais (solos saudáveis, ambientes saudáveis) e também de preservar a qualidade ambiental (armazenando e filtrando água, sequestrando carbono, etc).
A saúde do solo vai além da sua capacidade de produção de grãos, carne, madeira, agroenergia. “É possível ter um solo com baixa qualidade, mas cujas elevadas produtividades estejam relacionadas a entradas de insumos em doses muito acima das recomendadas para solos bem manejados, o que não é sustentável em longo prazo e pode resultar em agroecossistemas vulneráveis, contaminações do ambiente e prejuízos aos agricultores” esclarece Ieda de Carvalho.
A bioanálise do solo (BioAS) consiste na análise de bioindicadores que estão relacionados, direta ou indiretamente, ao potencial produtivo e à sustentabilidade do uso do solo. A BioAS é complementar às análises de rotina de solo tradicionais e serve como instrumento para alertar agricultores que utilizam sistemas de manejo que degradam o solo, despertando a urgência de se adotar práticas conservacionistas. Esse alerta é reforçado sensivelmente quando se demonstra que a negligência com a maquinaria biológica do solo, cedo ou tarde, resulta em expressivas perdas de produtividade. Da mesma forma, para agricultores que já adotam sistemas de manejo conservacionistas, a bioanálise serve como um incentivo e estímulo, já que, muitas vezes, os aumentos de matéria orgânica, principalmente nos solos tropicais argilosos, levam mais tempo para serem observados e, geralmente, não são muito expressivos.
Nos últimos 20 anos a Embrapa, tem se dedicado à seleção de bioindicadores robustos, que permitam que o agricultor brasileiro possa monitorar a “saúde” de seu solo, sabendo exatamente o que avaliar, por que avaliar, como avaliar, quando avaliar e principalmente, como interpretar o que foi avaliado. Como resultado desses estudos, duas enzimas do solo, a arilsulfatase e a β-glicosidase (associadas aos ciclos do enxofre e do carbono) foram selecionadas e tabelas de intepretação foram desenvolvidas.
O Dia do Algodão contará ainda com a estação Desempenho de Cultivares e Monitoramento, Saúde do Solo e Sustentabilidade Agricola; Manejo de Nematoides em Grandes Áreas; e Manejo do Algodoeiro para Altas Produtividades. O dia do Algodão 2019 e uma realização da Agopa, IGA e entidades parceiras.
Evento: Dia do Algodão 2019
Local: Fazenda Rancho Velho - Instituto Goiano de Agricultura (IGA), Montividiu-GO
Quando: 14 de junho
Informações e inscrições: 62-3241-0404