A jornalista, escritora e consultora de moda brasileira Lilian Pacce esteve em Goiânia na noite desta segunda-feira, dia 29 de maio, para um bate-papo sobre a histórias, as tendências e o uso do algodão na moda. A oportunidade ocorreu por ocasião do lançamento do Clube de Costura, o primeiro coworking de moda de Goiás, no Mega Moda shopping. O Clube de Costura também marcou o lançamento da segunda fase do movimento Sou de Algodão, que incentiva o uso da fibra natural na produção de moda brasileira.
Em entrevista, Lilian Pacce ressaltou a importância de se conhecer a origem e o processo dos tecidos e demais componentes que compõem o vestuário. “As pessoas não têm consciência do que vestem. Entender o que se usa é muito importante”, diz. Para ela, o algodão é um importante e antigo elemento para a criação de moda. “Já estive em plantações para conhecer todo o processo de produção e fabricação do tecido. O algodão é natural, eclético e permite vários usos”, afirma.
Por estar inserida dentro de um contexto econômico, a moda também tem que se adaptar para avançar em seu processo de criação. É nesse sentido que Lilian Pacce vê o surgimento de coworkings de moda no Brasil e no mundo. “Este modelo tem tudo a ver com o momento de compartilhar, e podemos ver esse crescimento na moda. É uma filosofia millennials”, aponta. O Clube de Moda é o quarto empreendimento desse tipo no Brasil. Há outros dois no rio de janeiro e um em São Paulo.
Este modelo de espaço compartilhado de trabalho, avalia a jornalista, democratiza a moda ao abrir espaço para novos criadores e interessados em aprender sobre costura, modelagem e estilo. “É importante democratizar a moda, mas ela não pode ser descartável. Estilistas que embarcam em uma onda momentânea sem identificação pessoal, ficarão perdidos quando essa onda passar”, avalia.
O estado de Goiás é um polo produtor de roupas que estimula o surgimento de confecções e atrai compradores de todo o país. A vinda de Lilian Pacce para Goiânia busca incentivar a criatividade como forma de agregar valor à produção de vestuário local. “Sem criação não tem nada. É importante saber que há um trabalho de criação por trás de cada peça de roupa. A criatividade é infinita e tem valor, mas não precisa ser cara”, conclui.
Realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), o movimento Sou de Algodão tem como objetivo divulgar as vantagens da matéria-prima e da associação positiva entre os atributos da fibra e do consumidor, além de fomentar o consumo no mercado interno.