Terminou a Beltwide Cotton Conference 2019, na cidade de New Orleans, no estado da Louisianna, nos Estados Unidos. Foram três dias de apresentações, painéis, discussões, workshops e seminários com foco no provimento de informações para que produtores possam tomar melhores decisões relacionadas à lavoura e ao comércio da pluma. Presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco participou da conferência. Para o representante goiano, a Beltwide foi um evento muito proveitoso, com palestras pontuais e objetivas e uma grande diversidade de assuntos. Havia salas com apresentações voltadas para segmentos técnicos-científicos e outras para um público mais geral.
Moresco explica que os EUA sofrem com graves problemas de nematoides e fungos, principalmente com um novo tipo de Fusarium “FOV 4”, raça de fusarium não necessita de lesões nas raízes para se instalar, o que já obrigou produtores a mudarem de atividade onde ele infestou os campos. Há preocupações com quebra de proteínas nas biotecnologias, além de enfrentarem resistências de setores da sociedade quanto ao uso de defensivos que têm importantes usos na agricultura norte-americana e mundial, que estão no último ano de registro nos EUA, a exemplo do Pymetrozine Case 7611, Dinotefuran, Clothianidin, Imidacloprid, Thiamethoxam, Acetamiprid Case 7617 e Gliphosate, entre outros.
A diferença, diz, é que o governo norte-americano investe em pesquisa, subsídios à cotonicultura e apoio ao produtor. A produtividade do algodão nos EUA é, em média, muito baixa, de 940 kg/ha. Os bons produtores atingem 260@/ha. Na região do Texas, a produtividade fica entre 140 e 160@/ha. “Eles plantam grandes áreas, mas sem o subsídio do governo eles não conseguem se manter no campo com uma produtividade tão baixa. Aqui no Brasil, não temos subsídios e pagamos a conta, o que nos torna mais competentes na produção”, constata. Nossa media nacional na ultima safra ficou em 1800 kg de pluma por há.
Na área de tecnologia, os pesquisadores estão bastante otimistas e garantem que nos próximos anos teremos um incremento grande de novas tecnologias para auxiliar o produtor no campo. Estas tecnologias estão sendo testadas e parametrizadas para poder fazer cálculos de produtividades através de imagens feitas por drones os quais poderão oferecer ao produtor estimativas de produtividade muito próximas da realidade.
Para os economistas que apresentaram no painel de mercado, acreditam que o preço do algodão deve cair abaixo dos US$ 0,70 libra/peso devido à grande oferta no mercado. Conforme Moresco, isso vai depender de como se comporta a nova safra. Os estoques americanos estão acumulados em cerca de 7 milhões de fardos, parte travada pela guerra comercial contra a China. “Não venderam para a China, mas vão vender para outros mercados”, comenta Moresco.