O Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), juntamente com o Movimento Sou de Algodão, foram a tônica das palestras do presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco, e da representante do Movimento Sou de Algodão, Manami Kawaguchi, nesta segunda, dia 7, para os estudantes do curso de Design de Moda da Faculdade Universo, em Goiânia. Moresco e Manami foram os convidados para a Semana da Moda, evento voltado para a discussão sobre a produção têxtil em seus mais variados aspectos.
Moresco apresentou dados sobre o aumento da produção de algodão sustentável no Brasil, por meio do programa ABR. Atualmente, o país é o maior produtor da fibra dentro dos critérios internacionais de sustentabilidade, atingindo 30% de todo o volume mundial. Os pilares econômico, ambiental e social foram apresentados, de forma a mostrar o nível de comprometimento da cotonicultura brasileira com o meio ambiente, com a qualidade de vida do trabalhador e com a abertura de mercados mais exigentes em todo o planeta.
“Atualmente, 93% da produção de algodão em Goiás é certificadamente sustentável. Nossa meta é chagar a 100%”, diz. As certificações requerem uma adequação de mais de 270 requisitos por parte do produtor, garantindo a segurança do trabalhador, a preservação do solo e dos recursos ambientais e a rentabilidade da produção. As auditorias são realizadas por equipes do Programa ABR e pela Better Cotton Initiative (BCI), organização sem fins lucrativos, com sede na Suíça, que atua para melhorar a produção mundial do algodão. Seus associados são entidades que representam produtores, marcas de confecção prestigiadas, varejistas, fornecedores e outros elos da cadeia econômica do algodão, além da sociedade civil.
Moda
Manami Kawaguchi compartilhou o espaço para falar das estratégias que o algodão brasileiro tem buscado para esclarecer a população sobre as vantagens do uso da fibra natural no desenvolvimento da moda. A palestra teve o objetivo de mostrar aos estudantes a importância do tecido de algodão para a saúde do consumidor aliada às possibilidades que oferece na produção e design de moda. O momento também foi de esclarecer dúvidas sobre seu processo de fabricação, desde o plantio até a chegada ao mercado.
Manami destacou que, em 2018, as ações para o movimento Sou de Algodão incluem a captação de novos parceiros, a participação em eventos e ações informacionais. Atualmente, grandes empresas do setor têxtil aderiram ao movimento, reforçando o compromisso de priorizarem o uso do algodão sustentável em suas peças.
A estudante Isabela Fonseca afirmou que “o ponto principal é conseguir fazer uma moda mais sustentável a partir de uma fibra de qualidade”. Já o professor Rogério Flori ressaltou que “o importante é essa ponte de informação entre o produtor e o consumidor que faça a gente compreender que existe uma pesquisa para desenvolver um algodão ainda melhor”.
Goiás é um dos estados com forte presença do Movimento Sou de Algodão, devido ao polo de confecções e ao investimento realizado no setor de moda. O movimento participa de uma série de ações como a Semana da Moda, desfiles e debates acerca dos desafios e novidades do setor.