Algodão é Sustentabilidade. Este foi o tema central da apresentação realizada pelo presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco, para alunos e professores de Design de Moda da Faculdade Estácio, em Goiânia. A iniciativa partiu do Programa de Extensão que antecede o 5º Estácio Fashion Design, cujo foco é o algodão.
Para Moresco, a produção sustentável de algodão tem colocada o Brasil em destaque mundial, ultrapassando a marca de 30% de toda a pluma sustentável produzida no planeta. “Os pilares social e ambiental estão ligados à prosperidade. Preservar é melhor do que recuperar, e tratar bem o trabalhador é mais vantajoso para todos os envolvidos”, explicou, a partir de dados do Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e de tecnologias utilizadas para o monitoramento do solo, controle de pragas e redução do consumo de água. “Foi possível ver a surpresa dos alunos e professores ao perceberem o nível de tecnologia que utilizamos para a preservação dos recursos naturais e sustentabilidade da produção”, afirmou.
O presidente da Agopa destacou que, atualmente, há uma discussão global sobre as desvantagens da produção e do uso das fibras sintéticas derivadas de petróleo. “O poliéster é um fio bastante polêmico. A contaminação derivada de sua produção e uso não tem nada de sustentável”, alertou. Carlos Alberto Moresco também é presidente do Instituto Goiano de Agricultura (IGA) e da Fundação Goiás.
Sou de Algodão
Responsável pelo planejamento estratégico do movimento Sou de Algodão, Luciano Thomé e Castro apresentou dados importantes sobre o mercado da fibra no Brasil, o comportamento dos consumidores e das recomendações que profissionais de saúde a favor de tecidos à base de algodão. “Nosso objetivo é, entre outros, levar essas informações à população, e, neste sentido, nada melhor do que conversar com quem produz moda”, disse.
Luciano expôs ainda o conceito, objetivos e estratégias do movimento Sou de Algodão, que já possui 25 parceiros em nível nacional. São grandes marcas e associações que têm os olhares voltados para o algodão como base de sua produção. “Quem tem produto de qualidade e usa o algodão se anima quando apresentamos nosso movimento”, explicou. Estre as ações estratégicas do movimento, está uma etiqueta cada vez mais presente nas peças de algodão produzidas pelos parceiros, campanhas com foco na moda e parcerias com grandes estilistas brasileiros.
Concurso
A coordenadora dos projetos de extensão da Faculdade Estácio, Suely Calafiori, anunciou a parceria com a Agopa e a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) para a realização de um concurso de moda voltado para descobrir novos talentos universitários. A proposta é que cada universidade terá um vencedor, que poderá apresentar seu trabalho em um desfile de representatividade nacional.
Para as alunas do primeiro período de Design de Moda, Selmillenhe Coelho e Josykeilly Sá, as informações sobre a produção de algodão, do campo ao tecido, vão servir para desenvolver novos projetos de moda. “A população não sabe quase nada sobre o algodão”, diz a aluna. Já sua colega afirma que já conhecia o movimento Sou de Algodão pois diz que sempre sofreu com alergias causadas por tecidos sintéticos.
Já para a aluna do terceiro período do curso, Gabriella Santana, o movimento Sou de Algodão sempre foi referência durante todo o tempo que tem estudado moda. Outra aluna do terceiro período, Patrícia Lima, complementa que o desfile que a faculdade promove como projeto de extensão do curso tem a sustentabilidade como foco, sendo obrigatório o uso de 80% de algodão em todas as peças. O desfile está marcado para o dia 19 de junho, no Clube de Costura, em Goiânia.
Saiba mais
Sou de Algodão é um movimento desenvolvido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que contempla diversas ações de incentivo ao uso da fibra na indústria têxtil do país, com o objetivo de conscientizar o consumidor final sobre os benefícios da matéria-prima na moda.
As ativações do movimento contemplam engajamento de influenciadores que conversam tanto com a cadeia produtiva quanto com o consumidor, como estilistas, personal stylists, representantes de marcas que ditam a moda, empresários e blogueiras. Também estão previstas ações em redes sociais, plataformas digitais e um portal de conteúdo sobre o uso do algodão na indústria da moda (http://soudealgodao.com.br/), além de parcerias com marcas, iniciativas com instituições de formação em moda e apoios.
A Agopa representa os produtores de algodão do estado de Goiás, cujo principal objetivo de unir, congregar, representar, assistir, orientar, organizar e defender os direitos dos associados, inclusive estimulando o desenvolvimentos técnico, profissional e social dos cotonicultores do estado de Goiás.