A Agopa participou do seminário ‘Mercado de Capitais e Agroindústria: Tendências e Oportunidades na Captação de Recursos” e do almoço de negócios com gestores de fundos de investimentos. A iniciativa é do Conselho Temático Agroindustrial (CTA-FIEG) e ocorreu nesta quarta-feira, 14 de junho, na Casa da Indústria.
No seminário, gestores de fundos de investimentos do mercado de capitais apresentaram as mais recentes oportunidades de financiamento e crédito disponíveis para o agronegócio. Também abordaram tendências, estratégias e a estruturação de operações agroindustriais e agropecuárias, visando à captação de recursos a custos competitivos e de longo prazo.
Os participantes discutiram soluções estratégicas para a captação de recursos voltadas especificamente para o segmento agropecuário e agroindustrial; as novas regulamentações e os instrumentos de financiamento que têm impacto direto no setor agropecuário e agroindustrial. O objetivo foi proporcionar um ambiente de aprendizado e a formação de uma rede networking que permita a troca de conhecimentos entre os presentes.
Momento
Com a nova regulamentação sobre Fundos de Investimentos em Cadeias Agroindustriais (Fiagro), estabelecida pela Lei nº 14.130, de 29 de março de 2021, cresceu o interesse dos gestores de fundos de investimentos em buscar oportunidades de negócios nos sistemas agroindustriais, com objetivo de alocar recursos de fundos de investimentos sob sua gestão. Neste cenário, o estado de Goiás tem se destacado como um polo de oportunidades de investimentos nas cadeias produtivas de alimentos, energia e fibras, o que tem impulsionado a disponibilidade de recursos pela nova regulamentação de financiamento das cadeias agroindustriais.
Entre os gestores de fundos de investimentos, participaram o CEO da plataforma de negócios e tecnologia para o setor agroindustrial AgroBens, Marcelo Riytiro Maehara; o sócio da InDevCapital e responsável pela área comercial e de novos negócios da AgDev, com foco no agronegócio brasileiro, Ricardo Carvalho; e o presidente do Conselho de Administração da M3 Investimentos S.A. e sócio-diretor da One Capital LTDA, Cristiano Benvindo. Também participou o fundador e parceiro de gestão da Ática Gestão, especialista em turnaround e reestruturação de empresas, Arthur Bueno Ferreira.
O objetivo é discutir as necessidades de capital das empresas do setor e identificar as melhores alternativas disponíveis de captação de recursos no mercado de capitais.
Produtores têm boa avaliação do encontro
Vice-presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco destaca que os investidores da Faria Lima, em SP, vieram falar de diferentes operações, como troca de CPRs, capital de giro, investimentos internacionais para recuperação de pastos, financiamentos de silos, para estrutura de irrigação e outras atividades relacionadas. “São opções de crédito que fogem às linhas tradicionais de bancos”, ressalta. Moresco explica que o Brasil precisa de R$ 900 bilhões para custeio da safra, sendo que R$ 300 bilhões virão do Plano Safra, R$ 300 bilhões devem sair das companhias de químicos e fertilizantes e os demais R$ 300 bilhões podem se originar de fundos que aporte de recursos ao agronegócio. “O mercado imobiliário e as indústrias têm apresentado baixo crescimento, enquanto o agro tem crescido e, por isso, atraído mais investimento”, pontua.
O vice-presidente da Agopa adianta que agendou para o mês de agosto uma vinda do o sócio da InDevCapital e responsável pela área comercial e de novos negócios da AgDev, com foco no agronegócio brasileiro, Ricardo Carvalho, para apresentar suas propostas para os associados da Agopa. “Há interesse de ambas as partes em novos negócios. Vamos ouvi-lo e avaliar melhor o cenário”, resume.
Por sua vez, o diretor executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho, avalia que os investimentos em moeda nacional têm um custo elevado, de 11,75% de juros ao ano, enquanto as opções apresentadas em moeda estrangeira (dólar) têm custo menor, de cerca de 9,5% anuais. Além disso, afirma, há mais recursos disponíveis para se investir. “Os fundos internacionais têm interesse no Brasil, sobretudo pelo potencial de garantirmos a segurança alimentar global. Seus critérios são interessantes, com foco na no fim do desmatamento e transformação de pastagens em terras agricultáveis”, afirma. Outro destaque, continua Dulcimar, é a avaliação da capacidade de pagamento desse investimento com base no potencial produtivo que esse aporte pode gerar, outro ponto que acredita ser vantajoso para a agricultura.
fotos: Alex Malheiros